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Preso pela PF, Gilson Machado é levado para o Cotel

Defesa diz que Gilson Machado foi interrogado por 10 a 15 minutos sobre tentativa de emissão de aporte português para Mauro Cid

Mareu Araújo e Guilherme Anjos

Publicado: 13/06/2025 às 13:33

O ex-ministro GIlson Machado/Francisco Silva/DP Foto

O ex-ministro GIlson Machado (Francisco Silva/DP Foto )

Preso em operação da Polícia Federal (PF), o ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL) está sendo transferido para o Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), no município de Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife (RMR), ainda nesta sexta-feira (13). A informação foi confirmada pelo seu advogado, Célio Avelino.

Machado foi detido pela PF nesta manhã, em um imóvel de sua propriedade em Boa Viagem. Ele é suspeito de ter tentado facilitar a emissão de um aporte no Consulado Português no Recife para o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, sair do Brasil.

Também foi cumprido um mandado de busca e apreensão em sua residência. A PF apreendeu o celular e o carro de Gilson Machado.

De acordo com Avelino, a prisão preventiva foi decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Ele afirma que Gilson Machado foi interrogado pela PF por “10 a 15 minutos” sobre uma suposta ida ao Consulado em maio deste ano e a emissão do documento para Cid. “Depoimento de uma lauda”, disse.

 

Avelino afirma, no entanto, que a defesa não foi informada de “fatos concretos e objetivos” que fundamentem a necessidade de uma prisão preventiva.

“O que a defesa quer é saber o motivo da prisão. Eu não sei, nem foi dado. A Polícia Federal recebeu somente um mandado de prisão para cumprir. Os motivos do decreto dessa prisão não estão no mandado, e nós estamos dando entrada a um pedido ao ministro (Moraes) para nos dar o ao processo para saber o que o levou a fazer isso”, declarou.

“Quero saber os fatos concretos e objetivos que o ministro entendeu que a prisão dele era imprescindível”, completou.

À PF, Machado afirmou que teria entrado em contato com o Consulado Português na capital pernambucana para agendar a renovação do aporte de seu pai, Carlos Eduardo Machado, que possui cidadania portuguesa. Gilson, entretanto, sequer teria ido ao local. Seu pai fez a renovação acompanhado de um outro filho.

Após o interrogatório na PF, Machado foi levado ao Instituto de Medicina Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito antes de ser transferido ao Cotel.

Mauro Cid também teve sua prisão decretada na manhã desta sexta, mas acabou revogada minutos depois.

Relação com Cid

Questionado sobre qual a relação entre Gilson Machado e Mauro Cid, Avelino afirmou que desconhecia uma amizade entre os dois – apenas que ambos foram parte do Governo Bolsonaro.

Segundo o advogado, o último contato de Machado e Cid teria sido logo após as eleições presidenciais, em 2022.

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